sábado, 29 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
às vezes, era assim: um travo a relva nos lábios
o verão a aquecer as traves mestras da esperança
e o dedo anelar em fuga tarde adentro
ao compromisso diz-se que sim
mas depois chegam a rotina e os chinelos e os pijamas
de verão e de inverno
e o fogão sujo dos jantares apressados
a nódoa na toalha do vinho bom que faz rir e chorar
falar alto
sempre detestei os vizinhos de orelha pronta à escuta
a criarem desculpas de vão de escadas
para intervirem nos silêncios
presenças dissimuladas quando trazem o sorriso
malicioso escancarado
não conheço já este lugar, esta cidade
eu quero um novo hemisfério para morrer com a certeza
de tudo ter acabado
o verão a aquecer as traves mestras da esperança
e o dedo anelar em fuga tarde adentro
ao compromisso diz-se que sim
mas depois chegam a rotina e os chinelos e os pijamas
de verão e de inverno
e o fogão sujo dos jantares apressados
a nódoa na toalha do vinho bom que faz rir e chorar
falar alto
sempre detestei os vizinhos de orelha pronta à escuta
a criarem desculpas de vão de escadas
para intervirem nos silêncios
presenças dissimuladas quando trazem o sorriso
malicioso escancarado
não conheço já este lugar, esta cidade
eu quero um novo hemisfério para morrer com a certeza
de tudo ter acabado
sexta-feira, 21 de maio de 2010
os anéis desfeitos, da espuma resta a rebentação do corpo
erupções, magma e lava, fogo virulento e o lado esquerdo
doente, transbordam margens enquanto os rios secam, plantemos flores
nos cabelos, assim como quem inventa maio e descobre o verão um pouco à frente
pouco a pouco, o corpo e os lençóis num embrulho, aniversário
lento, soprar de velas e o bolo desfeito, esse gesto de atirar à cara o que foi
feito
a tesoura da poda rente ao peito, raízes, folhas,
sementes
o nascimento dói. quem dá, dá-se. não é feitio. é um (de)feito.
erupções, magma e lava, fogo virulento e o lado esquerdo
doente, transbordam margens enquanto os rios secam, plantemos flores
nos cabelos, assim como quem inventa maio e descobre o verão um pouco à frente
pouco a pouco, o corpo e os lençóis num embrulho, aniversário
lento, soprar de velas e o bolo desfeito, esse gesto de atirar à cara o que foi
feito
a tesoura da poda rente ao peito, raízes, folhas,
sementes
o nascimento dói. quem dá, dá-se. não é feitio. é um (de)feito.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
A primeira praia do ano. O primeiro verão. As pedrinhas, reluzentes de sol. O mar. As calças molhadas. O coração desenrolado. O recorte das rochas. A areia nos pés. O sabor do sal nas guelras. (Dá-me a mão.) A pele a ganhar o desenho das roupas. O sorriso. O olhar. E eu salto. Faço um mortal. (Pode ser um beijo?)
*
Não me lembro de ver gaivotas. Mas o coração parecia uma flor revestida a veludo azul.
Joana Linda
*
Não me lembro de ver gaivotas. Mas o coração parecia uma flor revestida a veludo azul.
Joana Linda
terça-feira, 18 de maio de 2010
Celebrar Ian Curtis
"Os corações falham, os corações jovens falham,
Em qualquer altura, sufocados,
Sobreaquecidos, sobrecansados,
Leva-o depressa, leva-o puro,
Bate as mãos, toca os pés.
Leva-o depressa, leva-o puro,
Leva-o depressa, leva-o puro."
Os corações falham, os corações jovens falham,
Em qualquer altura, gastos,
Na fuga, clandestinos,
Põe a tua mão em lugar seguro,
Deixa a tua mão em lugar seguro.
Ainda mais uma vez,
Ainda mais uma vez e ainda e ainda.
Ainda mais uma vez e ainda e ainda." (...)
Joy Division, Glass (1978)
domingo, 16 de maio de 2010
Há quem acredite, de facto, que entre o amor e o ódio vai uma pequena (grande) distância. Conheço alguém que, quando me encontra, me pergunta frequentemente:
- estás apaixonada ou com raiva?
Há, de certeza, um estado intermédio que essa pessoa desconhece. Aquele lugar nem sempre fácil de encontrar, onde os jardins sucedem aos labirintos.
- estás apaixonada ou com raiva?
Há, de certeza, um estado intermédio que essa pessoa desconhece. Aquele lugar nem sempre fácil de encontrar, onde os jardins sucedem aos labirintos.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
foto:menina limão (sem autorização prévia. sorry.)
encosto a face à parede
mais triste do quarto, fiel
guardiã do sol posto.
o coração que me deixaste
é uma casa difícil de habitar.
renata correia botelho
terça-feira, 11 de maio de 2010
poema sobre um dia qualquer
não vamos fugir às mãos
nem ao olhar.
se é isso que o dia nos pede
apertemo-nos:
um só corpo.
e que isso baste.
nem ao olhar.
se é isso que o dia nos pede
apertemo-nos:
um só corpo.
e que isso baste.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
"you can´t stop time*"
ata-me os pulsos
que o dia cerre os dentes contra a carne do meu corpo
Teresa Sá
parte-se com esperança
fica-se por medo
*THE MONTGOLFIER BROTHERS: JOURNEY'S END
que o dia cerre os dentes contra a carne do meu corpo
Teresa Sá
parte-se com esperança
fica-se por medo
*THE MONTGOLFIER BROTHERS: JOURNEY'S END
terça-feira, 4 de maio de 2010
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